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Maria Valtorta: vida e obra

Maria Valtorta: vida e obra

Biografia de Maria Valtorta

Maria Valtorta nasceu em Caserta, dia 14 de março de 1897. Ela é filha única de Giuseppe Valtorta, da cavalaria italiana, e de Iside Fioravanzi, professora de francês. Sendo sua mãe amarga e egoísta, foi muito dura com seu marido e sua filha. Maria cresceu e percorreu a Itália ao ritmo das mudanças do regime militar de seu pai. Rapidamente ela manifestou seu caráter decidido, suas capacidades intelectuais e sua sensibilidade espiritual. Foi no colégio Bianconi de Monza que Maria finalizou seus estudos. Ela vivenciou quatro anos felizes e, ao fim destes, ela sente o desejo de voltar sua vida a Deus. 

A partir de 1913, a família se mudou para Florença, local que muito agradou a jovem. Desde o início da primeira guerra mundial, Maria é “enfermeira samaritana” no hospital militar. Durante esses anos, a Mãe de Maria se revela particularmente cruel, quebrando por duas vezes os sonhos de amor de sua filha. Em 1920, a vida de Maria será atingida por um terrível fato. Um anarquista a agride violentamente com uma barra de ferro nos rins, deixando-a doente. Após isso, Maria passa dois anos de convalescença na casa de parentes em Reggio Calabria num ambiente tranquilo. Esse período leva Maria a entregar novamente sua vida o Cristo.

Em 1924, a família Valtorta se estabeleceu em Viareggio, na Toscana. Em 1925, Maria fez um ato de oferta ao Amor misericordioso e colocou-se a viver fazendo contínuos atos de amor para Jesus e a humanidade. A jovem consagra-se também a sua paróquia, especialmente aos jovens de Ação Católica, e organiza conferências. Com o avanço de sua enfermidade, fica cada vez mais difícil para ela se locomover. Dia 4 de janeiro de 1933, Maria saiu de sua casa pela última vez e, a partir de 1934, nunca mais deixou sua cama. Desde 1935, Marta Diciotti, uma jovem órfã, veio se instalar na casa dos Valtorta, ela cuida de Maria toda a sua vida e se tornou sua confidente. Neste mesmo ano, Maria perdeu seu pai que muito amava. A morte dele lhe causa uma profunda tristeza. Em 1943, a mãe de Maria faleceu, durante sua vida, não cessou de atormentar sua filha, que mesmo assim a amou por amor a Jesus.

A partir de 1943, Maria recebeu visões dos acontecimentos do Evangelho. A pedido de Jesus, ela escreveu tudo que via e entendia, preenchendo 122 cadernos, equivalentes a 15 mil páginas. A maioria das revelações foram recebidas por Maria antes de 1947, mas elas continuaram até 1953. Maria era terciária da ordem dos Servos de Maria. Sendo então natural, um padre da ordem, o Pe. Romualdo Migliorini, ser seu guia espiritual. No fim de sua vida, Maria recolheu-se em um tipo de prostração por causa dos sofrimentos vivenciados e especialmente de ver que a vontade de Jesus quanto à obra não havia sido alcançada.

Maria morreu dia 12 de outubro de 1961, em Viareggio. Em 1973, seu corpo foi instalado na capela da Santíssima Annunziata em Florença. Sobre seu túmulo podemos ler: Terciária da ordem dos Servos de Maria, Anfitriã aprovada por Deus, Escritora de coisas divinas ou historiadora de Deus.

A causa da beatificação de Maria Valtorta ainda não tinha sido aberta, mas vários membros da Igreja (entre eles papas) se posicionaram em favor da obra. Desde 2019, no entanto, a Igreja começou o processo, levando a proclamar Maria Valtorta venerável

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Obra de Maria Valtorta

A primeira obra de Maria foi a sua autobiografia, redigida em 1943, em menos de dois meses, a pedido de seu confessor, e publicada após sua morte.

O Evangelho como me foi revelado

Em 1943, Maria recebeu bruscamente uma primeira visão e Jesus lhe propôs sua missão que ela aceitou. A partir desse momento, as visões dos acontecimentos da vida de Jesus vão se suceder e constituir a obra monumental de Maria Valtorta, essa obra, a principal, é a vida de Jesus em dez volumes, em que o título original era O Poema do Homem-Deus. A obra é hoje publicada com o título O Evangelho como me foi revelado. Inteiramente escrito sob ditado ou seguido de visões de diferentes acontecimentos do Evangelho, essa obra é inteiramente inspirada pelo Espírito Santo e Maria Valtorta é apenas a porta-caneta de Deus. A redação durou quatro anos, Maria escrevia de dia como de noite, de uma só vez e sem parecer de forma alguma incomodada pelas interrupções. Ela tinha a sua disposição a Bíblia e o Catecismo de Pio X. As cenas descritas por Maria se sucedem sem nenhuma ordem lógica nem cronológica; ela escreve tudo o que vê e também os ditados no caderno escolar fornecido por seu confessor. Quando em seguida, colocamos todas as visões na ordem desejada por Jesus, a junção forma uma obra de uma coerência perfeita. Maria recebeu também as visões das cenas relacionadas aos mistérios do rosário, estas alimentam especialmente a fé. Encontramos também relatos do: nascimento de Mariaa Anunciação, O nascimento de Jesus, a apresentação de Jesus ao temploa morte de São José, o batismo de Jesus, as bodas de Caná, a Agonia do Getsêmani, o Caminho da Cruz, a Paixão de Cristo, a Ressurreição etc.

As outras visões e ditados

Maria Valtorta recebeu outros ditados e visões que foram reagrupadas em diversas obras: Os cadernos (os Cadernos de 1943, de 1944 e de 1945 a 1953), Os Blocos, as Lições sobre a epístola de São Paulo aos romanos, o Livro de Azarias, os Comentários do Apocalipse que estão incluídos nos Cadernos de 1945 a 1950. Os ditados e visões trazidos nestes livros contêm: visões históricas da vida de Jesus, visões históricas dos primeiros tempos da Igreja, entre os mártires, visões celestes (do Paraíso, da Trindade), comentários em relação ao nosso presente e nosso futuro, decisões proféticas, ensinamentos para nossa época, comentários dos autores sagrados etc.

A correspondência

Por fim, além destes escritos espirituais, dispomos também das correspondências de Maria Valtorta. Suas cartas foram dirigidas principalmente ao Monsenhor Carinci, próximo ao papa Pio XII e Madre Teresa Maria, prior do convento carmelita próximo de Viareggio e que foi sua mãe espiritual.

Maria Valtorta e a Igreja

A obra de Maria Valtorta ainda não foi reconhecida pela Igreja bem que tenha sido lida pessoalmente por três papas: Pio XII, João Paulo II e Bento XVI.

  • Pio XII desde o início foi muito favorável à obra e em seguida sempre a defendeu. Aqui temos suas palavras: "Publique a obra como ela está. Não cabe dar uma opinião quanto a sua origem, que ela seja extraordinária ou não. Os que a lerem compreenderão.” O Santo Ofício rejeitou o conselho do Papa e em 1960 colocou a obra de Maria Valtorta no Índice dos Livros Proibidos, seis anos depois o Índice foi abolido. Este é o início de uma controvérsia em nível do Vaticano que deu à obra o imprimatur condicional.
  • São João Paulo II tinha em cima do seu criado mudo ‘O Evangelho como me foi revelado’ mas nunca expressou oficialmente sobre.
  • Conhecemos a posição de Bento XVI sobre a obra de Maria Valtorta somente quando ele era prefeito da congregação para a doutrina da fé. O cardeal Ratzinger reconheceu em uma carta privada que esse trabalho está isento de erro de doutrina ou de moral.

Se na hora atual a Igreja não finalizou a questão, vários padres, bispos, religiosos e religiosas manifestaram seu entusiasmo por essa obra excepcional:

  • O padre Roschini, fundador da universidade pontifícia “Marianum”, escreveu que a mariologia que emerge das obras de Maria Valtorta supera a sua. Ele é o autor do livro intitulado A Virgem Maria na obra de Maria Valtorta.
  • O padre René Laurentin, especialista das aparições marianas no mundo, disse: “Maria Valtorta surge e se recomenda a vários títulos: sua vida de longo sofrimento, vivenciou no abandono total a Deus, testemunho de santidade. Ela não se afasta em nada do Evangelho, não o contradiz nenhuma vez, não acrescenta ensinamentos diferentes e permanece conforme o espírito do Evangelho.”.

Maria Valtorta e a ciência

Científicos, especialistas em várias áreas: história, geologia, botânica, arqueologia, astronomia, verificaram a autenticidade de milhares de detalhes precisos na obra. Jean-François Lavère identificou mais de 15 mil informações precisas dadas pela obra e que foram verificadas pela ciência. Ele é o autor de um livro de referência: O enigma ValtortaOs trabalhos de Jean Aulagnier dão uma abordagem científica luminosa da obra de Maria Valtorta. Baseando-se nos trabalhos destes dois científicos especialistas do caso Valtorta, a Associação Maria de Nazaré publicou o livro Maria Valtorta: um dom de Deus aprovado pela ciência.

Os santos e Maria Valtorta

Madre Teresa de Calcutá era particularmente apegada à obra de Maria Valtorta, que levava consigo junto a Bíblia e seu breviário.

Padre Pio também era favorável à obra de Maria Valtorta: quando uma penitente lhe pediu a permissão de ler a obra, o padre lhe respondeu: "Não somente eu a permito de ler, mas eu lhe recomendo”O laço entre Padre Pio e Maria Valtorta é tão forte que uma obra lhe é consagrada: Padre Pio e Maria Valtorta de Emílio Pisani.

O Bem-aventurado padre Gabriele Allegra disse: “Produzindo bons frutos em um número sempre crescente de leitores, eu penso que O evangelho como foi revelado, de Maria Valtorta vem do espírito de Jesus.”.

Bem-aventurada Madre Maria Inês do Santíssimo Sacramento é uma mexicana, fundadora de congregações religiosas, ela desejou que um exemplar de O Evangelho tal como foi revelado fosse colocado em cada uma de suas casas.