Origem do Creio em Deus Pai

O Creio em Deus Pai, também chamado de Credo, é a profissão da fé cristã. Compartilhado por católicos e protestantes, mas também por ortodoxos na versão niceno-constantinopolitana, ele é o texto fundador do cristianismo. De onde ele vem? Como e para que ele foi redigido?

De onde vem o Credo?

Definição da fé cristã

O Credo é a fórmula da fé dos apóstolos, aquilo que eles nos transmitiram. Para construir a Igreja de Jesus Cristo, no seu início, era necessário saber qual era sua base. Qual era o centro desse cristianismo ainda jovem? O que seus discípulos partilhavam? Em que ela se diferenciava das outras religiões monoteístas, em particular, do judaísmo?

Sendo assim, mais do que uma oração, o Credo é a profissão de fé dos primeiros cristãos. Ela retoma os elementos essenciais, tais quais:

  • o Deus trinitário Pai, Filho e Espírito Santo;
  • o reconhecimento de Jesus Cristo como Filho do Homem e do salvador, que era tão esperado;
  • Jesus, plenamente Deus e plenamente homem;
  • a ressurreição de Jesus e o acesso à vida eterna;
  • o pertencimento a um mesmo corpo para todos os cristãos através da Igreja.

Os escritos dos primeiros apóstolos

O símbolo dos apóstolos apareceu nos primeiros momentos do cristianismo. Os apóstolos, animados pelo Espírito Santo, transmitiram, por meio dEle, os elementos de fé aos primeiros cristãos. Encontramos menções desse símbolo desde os primeiros séculos, inclusive em Santo Inácio de Antioquia (século I) e Tertuliano (século II).

Diversos pontos do Credo estão presentes nas cartas de São Pedro e São Paulo às primeiras comunidades cristãs.

“Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e, ao terceiro dia, foi ressuscitado, segundo as Escrituras.” (I Cor 15, 3-4).

“Pois, se os mortos não ressuscitam, então Cristo também não ressuscitou. E se Cristo não 

ressuscitou, a vossa fé não tem nenhum valor e ainda estais nos vossos pecados. Então, também pereceram os que morreram em Cristo.” (I Cor 15, 16-18).

“Efetivamente, ele recebeu honra e glória da parte de Deus Pai, quando do seio da esplêndida glória se fez ouvir aquela voz que dizia: “Este é o meu Filho bem-amado, no qual está o meu agrado”. Esta voz, nós a ouvimos, vinda do céu, quando estávamos com ele na montanha santa.” (II Pd 1, 17-18).

“[...] jamais uma profecia foi proferida por vontade humana. Ao contrário, foi sob o impulso do Espírito Santo que pessoas humanas falaram da parte de Deus.” (II Pd 1, 21).

Os primeiros concílios ecumênicos

Essa nova religião e seu aspecto trinitário poderia dar medo a alguns por parecer não ser monoteísta. É, portanto, importante reafirmar esse mistério da Santíssima Trindade: um só Deus, presente em três pessoas distintas. É, portanto, o assunto de dois concílios que aconteceram em 325 a.C. em Nicéia e em 381 a.C. em Constantinopla.

O símbolo niceno-constantinopolitano, versão mais longa e mais completa do Credo, é fruto desses dois concílios ecumênicos. Essa oração é reconhecida tanto pelos cristãos do Ocidente quanto pelos do Oriente. Ainda hoje é a versão reconhecida pelos ortodoxos.

Nessa versão, os detalhes são aprofundados (em relação ao símbolo dos apóstolos) em dois elementos:

  • A natureza divina de Jesus e sua consubstancialidade a Deus. Na época, diferentes correntes apareceram (Plotino, Sabélio, Ário…) para discutir a natureza divina de Jesus, sua ligação a Deus Pai. Nesse novo símbolo, Jesus aparece claramente como o Verbo “verdadeiro Deus”, “Verdadeira luz” e “Nascido do Pai antes de todos os séculos”.
  • A ação do Espírito Santo.

Reze ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo com o Hozana!

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