Aconteceu na noite de 10 de novembro de 1930. Eu tinha a missão de reconhecer a posição das tropas alemãs. Junto a três soldados, parti em direção ao ponto em que soubemos que os alemães estavam avançando. No punho direito eu levava a medalha de Nossa Senhora das Vitórias, que sempre estava comigo. Era talvez quase meia-noite. Um dos meus companheiros levara um sistema eletrônico. Ele caminhava à minha frente, avançando e parando, segundo os mais estranhos ruídos. De longe, uma rajada de metralhadora MPs advertia que os alemães estavam alertas, prontos para o que desse e viesse. Num momento de descanso, percebi diante de mim, no chão, um pequeno brilho. Curvei-me, então, para ver o que era. Assim que me curvei, senti silvar, acima da minha cabeça uma rajada de metralhadora, exatamente onde eu teria a cabeça se não me tivesse curvado. Certamente, eu teria morrido, se não me tivesse inclinado. Então, o que era aquele brilho que me atraíra? Era uma medalha de Nossa Senhora das Vitórias! Olhei para o meu pulso e a medalha que eu sempre levava comigo não estava lá. Era ela que caíra aos meus pés. E o mais surpreendente, é que a correntinha, ainda no pulso estava intacta. Nenhum elo, anel de cadeia estava aberto nem quebrado. A medalha se deslocara sozinha. |