Os peregrinos de Emaús (Lucas 24, 18-35)

No evangelho de Lucas, nós encontramos o relato desse encontro no caminho de Emaús entre Jesus ressuscitado e dois de seus discípulos. De fato, eles viram o Cristo ressuscitado, mas eles não o reconheceram. Essa passagem da Bíblia nos revela que, na realidade, eles estavam tristes e desencorajados, pois não acreditavam na ressurreição de Jesus. Vamos caminhar com os peregrinos de Emaús e descobrir como as palavras de Jesus e a partilha do pão lhe permitiram finalmente reconhecer o Senhor. 

O relato dos peregrinos de Emaús

“Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos iam para um povoado,

chamado Emaús, a uns dez quilômetros de Jerusalém. Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Os seus olhos, porém, estavam como vendados, incapazes de reconhecê-lo. Então Jesus perguntou: “O que andais conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “És tu o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes dias?”. Ele perguntou: “Que foi?” Eles responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo. Os sumos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel; mas, com tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos assustaram. Elas foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que ele está vivo. Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém viu”. Então ele lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso para entrar na sua glória?”. E, começando por Moisés e passando por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, as passagens que se referiam a ele. Quando chegaram perto do povoado para onde iam, ele fez de conta que ia adiante. Eles, porém, insistiram: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Ele entrou para ficar com eles. Depois que se sentou à mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu-o e deu a eles. Neste momento, seus olhos se abriram, e eles o reconheceram. Ele, porém, desapareceu da vista deles. Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os outros discípulos. E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!”. Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão.” (Lucas 24, 13-35)

E vós quem dizeis que eu sou?

Nossa maneira de responder a essa pergunta determina nossa atitude e o valor que nos acordam as palavras de Jesus. Para os peregrinos de Emaús, Jesus era um “um profeta poderoso em obras e palavras” (Lucas 24, 19). Quando nós acreditamos que Jesus é apenas um profeta, sua morte será sinônimo de tristeza pois Deus não disse que um profeta ressuscitaria mas ele escolheu ressuscitar o Cristo. Por isso, quando Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”, Jesus lhe disse que ele é feliz pois recebeu essa revelação do Pai que está no céu. Quando nós vemos Jesus como ele é, nossa alegria se torna perfeita pois realizamos que nada é mais forte que ele, nem mesmo a morte.

O pão e o vinho

Como o vemos hoje? Esse relato é rico em ensinamento sobre Jesus ressuscitado. Nós aprendemos que Ele está sempre presente para nós quando nos sentimos tristes ou perdidos. Aprendemos que Ele está sempre pronto para nos iluminar e nos ensinar sua palavra com paciência e bondade. E aprendemos sobretudo uma coisa: que a refeição que tomamos com Ele ilumina a inteligência. O pão e o vinho simbolizam respectivamente o corpo e o sangue do Senhor dado por nós, é uma refeição sagrada que nós devemos tomar lembrando do sacrifício que Jesus aceitou viver por nós. Através do seu corpo rompido e seu sangue derramado, nossas faltas são preenchidas e nossas culpas perdoadas.

O encontro com Jesus ressuscitado

Durante a caminhada de nossas vidas, pode acontecer de perdermos o ânimo. Quando nos deparamos com repetidos fracassos no nosso trabalho, estudos ou nossa vida familiar, nós temos apenas um desejo: parar tudo e desistir da caminhada. Alguns entre nós tomam a coragem e continuam a caminhar, mas com um coração partido pela tristeza. Nesse momento, nós precisamos encontrar Jesus ressuscitado. O Cristo conheceu terríveis sofrimentos, traições, zombaram dele… a morte. E temos uma Boa-Nova: Ele venceu, Ele voltou à vida e hoje está sentado à direita do Pai nos céus. Escute-o falar com você, sua fé será renovada e nós poderemos continuar o caminho com um coração alegre.

Caminhar com Jesus graças às comunidades do Hozana!

Como os peregrinos de Emaús, que abrem seus corações a Jesus e deixam que Ele os ensine, tome o tempo de reler os acontecimentos da sua vida sob a luz do Evangelho: