Daniel na cova dos leões - (Daniel 6)

No Antigo Testamento, a Palavra de Deus foi transmitida aos homens através dos profetas. Esses porta-vozes de Deus falavam dos acontecimentos que viriam e suas previsões eram sempre muito exatas. Foi o caso do profeta Isaías que profetizava com precisão a vinda do Messias e as circunstâncias em torno de sua vinda. Entre os grandes homens de Deus temos Daniel. O profeta Daniel foi conhecido por sua inteligência, seu dom de interpretação dos sonhos mas sobretudo por ter sobrevivido uma noite inteira na cova dos leões. Descubra a história e a fé desse herói dos tempos bíblicos.

 

A história no livro de Daniel 

“Dario, o medo, sucedeu-lhe no império, com a idade de sessenta e dois anos. 

2 Pareceu bem a Dario nomear cento e vinte sátrapas com autoridade por todo o império. 

3 Acima deles havia três ministros, e Daniel era um dos três, a quem se deviam prestar as contas, a fim de não incomodar o rei. 4 Ora, Daniel estava acima dos outros ministros e sátrapas, pois tinha um espírito tão fora do comum que o rei estava pensando em dar-lhe autoridade sobre todo o império. 

5 Foi então que os ministros e sátrapas começaram a procurar uma oportunidade para surpreender Daniel em algum deslize contra os interesses do império. Mas nada puderam encontrar de suspeito, já que ele era muito honesto e nada conseguiram achar de incorreto. 

6 Tiveram, então, de reconhecer: “Nada vamos encontrar para acusar nesse Daniel a não ser assuntos ligados ao seu Deus”. 

7 Esses ministros e sátrapas foram, pois, dizer ao rei: “Viva o rei Dario para sempre! 

8 Os ministros todos,os prefeitos, governadores, sátrapas, conselheiros, todos estão de acordo com que tu, ó rei, faças um decreto determinando que toda pessoa que no prazo de trinta dias fizer alguma prece a um outro deus ou homem que não sejas tu, ó rei, seja jogado na cova dos leões. 

9 Agora, então, ó rei, sanciona essa lei, pondo tua assinatura neste documento para que, de acordo com a legislação dos medos e dos persas, ela não possa mais ser alterada ou modificada. 

10 E o rei Dario assinou o documento, sancionando a lei. 

11 Daniel, ao saber que o rei tinha assinado o decreto, foi para casa. No andar de cima havia uma janela que dava para o lado de Jerusalém. Três vezes ao dia ele ali se ajoelhava para orar e louvar o seu Deus como sempre fazia. 

12 Os tais indivíduos correram lá e surpreenderam Daniel orando, fazendo preces a seu Deus.

13 Imediatamente foram denunciá-lo ao rei: “Tu, ó rei, não assinaste um decreto segundo o qual qualquer pessoa que, no prazo de trinta dias, prestasse culto a qualquer deus ou homem que não seja tu, ó rei, fosse atirado na cova dos leões?” O rei respondeu: “A decisão é definitiva e não pode ser revogada, de acordo com a legislação dos medos e dos persas”. 

14 Eles, então, disseram ao rei: “Daniel, dessa gente exilada de Judá, não deu importância ao teu decreto, ó rei – uma lei assinada pelo rei! –, e continua fazendo suas orações três vezes ao dia”. 

15 Ao ouvir essa notícia, o rei sentiu-se mal e ficou preocupado com Daniel, pensando em salvá-lo. Ficou tentando livrá-lo até o pôr do sol, 

16 mas os tais procuraram o rei para dizer-lhe: “Tu, ó rei, bem sabes que a lei entre os medos e persas é que um decreto sancionado pelo rei não pode ser modificado!” 

17 O rei mandou, então, trazer Daniel para ser jogado na cova dos leões. O rei disse a Daniel: “O teu Deus a quem tu sempre cultuas há de livrar-te!” 

18 Trouxeram uma pedra para fechar a entrada da cova. Em seguida o rei lacrou a pedra com a sua marca e a marca dos seus secretários, para que ninguém alterasse nada na situação de Daniel. 

19 O rei voltou para o palácio, ficou em jejum aquela noite, não lhe levaram as mulheres e ele perdeu o sono.

20 No dia seguinte, levantou-se bem cedo e foi logo para a cova dos leões. 

21 Chegando à cova, onde estava Daniel,o rei, aflito, gritou: “Daniel, servo do Deus vivo, teu Deus, a quem sempre cultuas, foi capaz de livrar-te dos leões?” 

22 Daniel falou: “Viva o rei para sempre! 

23 Meu Deus mandou seu anjo para fechar as bocas dos leões e eles não me incomodaram, pois fui considerado inocente diante de Deus da mesma forma como também contra ti, ó rei, nenhum crime cometi”. 

24 O rei ficou contentíssimo e deu ordens para tirarem Daniel da cova. Quando o tiraram não encontraram nele um arranhão sequer, pois ele havia confiado no seu Deus. 

25 O rei mandou, então, trazer aqueles indivíduos que tinham acusado Daniel, e com eles também suas esposas e filhos, e deu ordens para atirá-los todos na cova dos leões. Antes que chegassem ao fundo, os leões já os iam agarrando e esmigalhando-lhes os ossos. 

26 O rei escreveu, então, a todos os povos, nações e línguas que existem no mundo: “Muitas felicidades! 

27 Estou promulgando o seguinte decreto: Por toda a parte onde chega o poder de minha autoridade de rei, estão todos obrigados a temer e respeitar o Deus de Daniel, pois ele é o Deus vivo, firme para sempre. Sua autoridade jamais é ofendida e seu poder é infinito. 

28 É ele quem liberta, salva e produz sinais e prodígios no céu e na terra. Foi ele quem libertou Daniel das garras dos leões”. 

29 Daniel teve muito êxito tanto no reinado de Dario, quanto no de Ciro, rei dos persas.” (Daniel 6, 1-29)

O profeta Daniel 

Na carta aos Hebreus, descobrimos a força que contém a fé. No capítulo 11 é citado as maiores grandes figuras de fé no Antigo Testamento e todos os feitos que eles cumpriram. Assim, “Estes, pela fé, conquistaram reinos, exerceram a justiça, foram contemplados com promessas, amordaçaram a boca dos leões.” (Hebreus 11, 33). Nós não sabemos qual oração Daniel fez a Deus para não ser devorado pelos leões, mas o que sabemos, é que Daniel confiava em Deus. Mesmo com a ameaça de uma morte terrível, Daniel permaneceu fiel continuando a orar a Deus. Sigamos o exemplo de Daniel no nosso cotidiano, mesmo se a doença, a vergonha, o medo ou a morte nos ameaçam, oremos para permanecer fiel a Ele.