Evangelho segundo S. Mateus 17,1-9.
Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e levou-os, em particular, a um alto monte
e transfigurou-Se diante deles: o seu rosto ficou resplandecente como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz.
E apareceram Moisés e Elias a falar com Ele.
Pedro disse a Jesus: «Senhor, como é bom estarmos aqui! Se quiseres, farei aqui três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias».
Ainda ele falava, quando uma nuvem luminosa os cobriu com a sua sombra, e da nuvem uma voz dizia: «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência. Escutai-O».
Ao ouvirem estas palavras, os discípulos caíram de rosto por terra e assustaram-se muito.
Então Jesus aproximou-Se e, tocando-os, disse: «Levantai-vos e não temais».
Erguendo os olhos, eles não viram mais ninguém, senão Jesus.
Ao descerem do monte, Jesus deu-lhes esta ordem: «Não conteis a ninguém esta visão, até o Filho do homem ressuscitar dos mortos».
Comentàrio do evangelho
Santo António de Lisboa (c. 1195-1231), franciscano, doutor da Igreja
Sermão do Domingo da Septuagésima
«Transfigurou-Se diante deles». Molda-te como a cera, segundo o modelo desta figura, a fim de imprimires a imagem de Cristo, sobre o qual está dito: «o seu rosto ficou resplandecente como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz». Nesta passagem, há quatro coisas a considerar: o rosto, o sol, as vestes e a luz. Na parte anterior da cabeça, que se chama o rosto do homem, há três sentidos, que estão ordenados e dispostos de maneira admirável; são eles a vista, o olfato e o paladar. De maneira análoga, no rosto da nossa alma, temos a visão da fé, o olfato da discrição e o gosto da contemplação. [...]
No sol, há claridade, brancura e calor. A claridade do sol convém na perfeição à visão da fé, que, com a claridade da sua luz, perceciona e crê nas realidades invisíveis. Que o rosto da nossa alma resplandeça como o sol. Que aquilo que vemos pela fé brilhe nas nossas obras; que o bem que percecionamos com o nosso olhar interior se realize no exterior, na pureza das nossas ações; que aquilo que saboreamos de Deus na contemplação se transforme em calor no amor ao próximo. Assim, à semelhança do de Jesus, o nosso rosto ficará «resplandecente como o sol».
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"Que as suas conversas sejam sempre agradáveis e de bom gosto, e que vocês saibam também como responder a cada pessoa". Colossenses 4:6