Retiro Silêncio - Parte 6 e parte final


Meditação

A paz do Senhor caros irmãos e irmãs. Hoje vamos falar um pouco sobre os sons do silêncio. Muitas pessoas podem estranhar falar de sons do silêncio, mas eles existem e podem nos ajudar em nosso caminho de intimidade com Deus.  Ao contrário dos sons artificiais produzidos pelo homem, os sons do silêncio são aqueles sons produzidos pelo movimento da natureza e que trazem paz ao nosso interior

Os homens de hoje têm procurado cada vez mais a vida urbana, têm procurado o frêmito das grandes metrópoles onde cada vez menos podem estar em contato com a natureza. Uma vez ouvi estas palavras que me chamaram muito a atenção: Os homens que vivem nas grandes metrópoles cercadas por infinitos edifícios, olham mais para o chão do que para o céu. Ou seja, as agitações dos grandes centros acabaram afastando o homem deste contato tão essencial com a natureza. Este contato é essencial porque a contemplação da natureza, e o contato com os seus sons, conduzem o homem para a interioridade e fazem com que ele lembre de seu Criador. O Salmo 8 atesta isso quando diz: “Quando contemplo o firmamento, obra de vossos dedos, a lua e as estrelas que lá fixastes: Que é o homem, digo-me então, para pensardes nele? Que são os filhos de Adão, para que vos ocupeis com eles?”

Hoje, gostaria de voltar minha atenção de forma especial, para você que vive nas grandes metrópoles. Convido você a voltar a olhar novamente para Céu. Em tempos de tantas instabilidades, é preciso lembrar que a figura deste mundo passa (1 Cor 7,31) mas só Deus permanece para sempre. Não se esqueça Daquele que te criou por amor, e que vela constantemente por você. Aí onde você está, no meio desta selva de pedras e desta grande multidão, Deus te vê e te chama a buscá-lo através do silêncio e da contemplação da natureza, pois a criação aponta para o Criador. Para este nosso penúltimo encontro, proponho a você duas coisas: A primeira é a leitura orante do Salmo 8:

Ao mestre de canto. Com a gitiena. Salmo de Davi. Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra! Vossa majestade se estende, triunfante, por cima de todos os céus. Da boca das crianças e dos pequeninos sai um louvor que confunde vossos adversários, e reduz ao silêncio vossos inimigos. Quando contemplo o firmamento, obra de vossos dedos, a lua e as estrelas que lá fixastes: Que é o homem, digo-me então, para pensardes nele? Que são os filhos de Adão, para que vos ocupeis com eles? Entretanto, vós o fizestes quase igual aos anjos, de glória e honra o coroastes.  Destes-lhe poder sobre as obras de vossas mãos, vós lhe submetestes todo o universo. Rebanhos e gados, e até os animais bravios, pássaros do céu e peixes do mar, tudo o que se move nas águas do oceano. Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra!

Leia e releia este salmo com calma e atenção. A segunda coisa é que após a leitura deste salmo, você se coloque em contato com a natureza, mesmo que seja para contemplá-la da janela do seu apartamento. Escolha aquela manifestação da natureza que mais lhe encanta. Exemplo: O nascer ou o pôr do sol, o barulho do mar, a noite enluarada, o cintilar das estrelas, o verde das florestas agitadas pelo vento, a fragrância suave das rosas... Pare por alguns minutos fazendo este exercício de contemplação da natureza. Durante este exercício de contemplação traga a sua mente aquele versículo do salmo 8 que mais chamou sua atenção. 

É importante dizer que este exercício deve ser repetido sempre afim de que você crie o hábito da contemplação. 

Com o passar do tempo, você certamente perceberá como a contemplação te ajudará a ser uma pessoa mais centrada, e te dará uma percepção mais detalhada do mundo ao seu redor, mas para mim, o maior fruto daquele que aprende a contemplar, é perceber-se também comtemplado... Que Deus abençoe você e que em tudo Deus seja louvado!


Oração a Nossa Senhora do Silêncio

Nossa Senhora do Silêncio e da Humildade, tu vives perdida e encontrada no mar sem fundo do Mistério do Senhor. Tu és disponibilidade e receptividade. Tu és fecundidade e plenitude. Tu és atenção e solicitude pelos irmãos. Estás revestidas de fortaleza. Resplandecem em ti a maturidade humana e a elegância espiritual. És senhora de ti mesma antes de ser Nossa Senhora.

Em ti não existe dispersão. Em um ato simples e total, tua alma, toda imóvel, está paralisada e identificada com o Senhor. Estás dentro de Deus, e Deus dentro de ti. O mistério total te envolve, penetra e possui, ocupa e entrega todo o teu ser.

Envolve-nos em teu manto, Nossa Senhora do Silêncio

Parece que em ti tudo ficou parado, tudo se identificou contigo: o tempo, o espaço, a palavra, a música, o silêncio, a mulher, Deus. Tudo ficou assumido em ti, e divinizado.

Jamais se viu figura humana de tamanha doçura, nem se voltará a ver nesta terra uma mulher tão inefavelmente evocadora.

Entretanto, teu silêncio não é ausência, mas presença. Estás abismada no Senhor e, ao mesmo tempo, atenta aos irmãos, como em Caná. A comunicação nunca é tão profunda como quando não se diz nada, e o silêncio nunca é tão eloquente como quando nada se comunica.

Faze-nos compreender que o silêncio não é desinteressante pelos irmãos, mas fonte de energia e irradiação, não é encolhimento, mas projeção. Faz-nos compreender que, para derramar, é preciso preencher-se.

Afoga-se o mundo no mar da dispersão, e não é possível amar os irmãos com um coração disperso. Faze-nos compreender que o apostolado, sem silêncio, é alienação; e que o silêncio, sem apostolado, é comodidade.

Envolve-nos em teu manto de silêncio e comunica-nos a fortaleza de tua fé, a altura de tua esperança e a profundidade de teu amor.

Fica com os que ficam e vem com os que partem. Ó Mãe Admirável do Silêncio!

Amém. Nossa Senhora do Silêncio, rogai por nós!


(Autor: Frei Ignacio Larrañaga)



Meditação final

Caros irmãos e irmãs, estamos chegando ao final do nosso retiro sobre o silêncio. É o fim do retiro aqui, mas você deverá continuar buscando o silêncio em seu dia a dia. O Senhor nos chama não somente para um retiro de momentos, mas para um retiro constante, para estarmos constantemente em sua presença. Nós precisamos ter a espiritualidade de Jesus. E qual é esta espiritualidade? É a espiritualidade de quem vive constantemente unido ao Pai. “Eu e o Pai somos um”. (João 10,3) é a espiritualidade daquela que busca em todas as coisas fazer a vontade do Pai. “Desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”. (João 6,38)

Ao longo destes dias de retiro, foi dado a você um itinerário afim de descobrir a importância do silêncio para o crescimento na vida espiritual, mas também para uma integração enquanto pessoa. Agora que você já tem a base, eu lhe proponho um esforço continuo para aprofundar cada mais a sua vivência do silêncio. Quer seja através de leituras a respeito deste tema, quer seja fazendo o exercício cotidiano do silêncio. À medida que você for se exercitando a prática do silêncio, mas você vai sentir a necessidade dele. Vai chegar ao ponto, em que o silêncio se tornará parte da sua vida cotidiana, assim como outras necessidades que você tem em seu dia a dia.

Ao final deste retiro, gostaria de convidar você a vivenciar o Apostolado do Silêncio, ou seja, a partilhar esta experiência com outras pessoas, a dizer a elas a partir da sua própria vivência neste retiro, que o silêncio não é algo que devemos temer, mas almejar. Que o silêncio e tão necessário para a nossa alma, como o ar o é para o nosso corpo. Mas o silêncio também é de grande beneficio para o corpo, porquê ajuda a relaxar e a liberar as tensões que carregamos. Não é à toa que existem inúmeras terapias que utilizam o silêncio com um meio de cura e de integração pessoal.

Quantas pessoas estão necessitadas de descobrir que o silêncio é aquilo que elas tanto procuram, mas pelo fato de estarem perdidas no meio de um turbilhão de barulhos e distrações, não conseguem nomear aquilo que anseiam. Elas só precisam da ajuda de alguém que conseguiu sair deste turbilhão, e que descobriu o valor e os benefícios do silêncio em sua própria vida. Então dou ênfase mais uma vez ao meu convite para que você se torne um apóstolo do silêncio. Gostaria de terminar esta última meditação do nosso retiro com as seguintes palavras poéticas de Santa Elisabete da Trindade a respeito do silêncio:

Calar minhas mãos agitadas

Para uni-las às tuas Mãos silenciosas...

Calar meus pensamentos ansiosos para se fundirem à tua memória pacificadora

Calar os meus afetos desordenados para que teu amor os unifique no silêncio

Cale-se minha dor em alegria,

Minha esperança em poesia,

Para que contigo e em teu silêncio

Eu me encontre em totalidade!


Que Deus abençoe você e que em tudo Deus seja louvado!


Se você deseja conhecer melhor a história do Horeb, veja o vídeo a baixo. Também temos um grupo de intercessão no WhatsApp. Para fazer parte deste grupo, é só mandar uma mensagem para +55 (81) 996423168 dizendo: Quero fazer parte do grupo do Horeb!

  



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Oração da comunidade

Oração a Virgem do Silêncio

Santa Virgem Maria, modelo das almas contemplativas, ensinai-nos a guardar nosso recolhimento no meio das agitações da vida. Preservai-nos tanto da febre da atividade excessiva como dos retraimentos do egoísmo. Que jamais o ruído das coisas que passamos faça esquecer a silenciosa Presença Daquele que mora em nós. Que jamais a fascinação das coisas visíveis nos afaste o coração dos esplendores escondidos do mundo invisível. Desenvolvei em nós o gosto do silêncio e ensinai-nos, a vosso exemplo, a fazer de nossa ação uma comunhão fiel com a vontade do Pai, para o humilde serviço de Jesus nas almas. Assim seja.

Obrigado! 158 pessoas orando

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"Que as suas conversas sejam sempre agradáveis e de bom gosto, e que vocês saibam também como responder a cada pessoa". Colossenses 4:6

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