Ganância x Entendimento

A ganância é um dos maiores pecados hoje em dia, também é uma característica da avareza, já que a pessoa pode fazer qualquer coisa para conseguir o que deseja, sejam elas atitudes “boas” ou ruins. Muitas vezes deixamos nos levar em quer sempre algo maior e melhor, não que seja ruim quer ter uma condição de vida melhor, por exemplo, mas se a busca por está condição acaba tomando um espaço muito grande na vida e fazendo que eu tenha atitudes ruins por causa disso aí se torna um problema. Por amor ao dinheiro, muitos pais perdem os próprios filhos e muitos casamentos acabam já não se pensa em uma vida partilhada, mas focada só no ter. Por causa da ganância, vemos o mundo numa situação de grande injustiça e miséria para muitos. Como disse o Papa Paulo VI, os ricos estão cada vez mais ricos à custa dos pobres cada vez mais pobres. No Catecismo diz: “Uma teoria que faz do lucro a regra exclusiva e o fim último da atividade econômica é moralmente inaceitável. O apetite desordenado pelo dinheiro não deixa de produzir seus efeitos perversos. Ele é uma das causas dos numerosos conflitos que perturbam a ordem social. Toda prática que reduz as pessoas a não serem mais do que meros meios que têm em vista o lucro, escraviza o homem, o conduz à idolatria do dinheiro e contribui para difundir o ateísmo” (CIC § 2424).

Aprendemos que somos administradores de todos os bens e riquezas que Deus põe em nossas mãos, para que, com eles, façamos o bem aos outros. Devemos prestar contar a Deus de tudo, como Jesus mostrou na parábola dos talentos e assim orientar da melhor forma a busca de condições melhores, pois O apego aos bens deste mundo é algo muito forte em nós, quase que uma “segunda natureza”; portanto, só com o auxílio da graça de Deus podemos vencer essa tentação forte. Desde pequenos, fomos educados para “ganhar a vida”. Será preciso a força do Espírito Santo em nossa alma para  nos “convencer” da necessidade de uma vida de desprendimento e pobreza.

Para refrear esse forte impulso, que age dentro de cada um de nós, é preciso oração, meditação e grande esforço do exercício da nossa vontade; sobretudo, no sentido de nos convencermos da grandeza do desprendimento. A liturgia nos ensina a “caminhar por entre as coisas que passam, abraçando somente as que não passam”.

Por este motivo que também devemos pedir o dom do entendimento (Inteligência) por este dom o cristão contempla com mais clareza o mistério da Santíssima Trindade, o amor do Redentor para com os homens, o significado da Sagrada Eucaristia na vida cristã, a importância dos sacramentos, da liturgia, da Palavra de Deus, das mortificações, meditações, orações, da moral católica etc. Este dom também nos ajudará há fazer o discernimento de uma forma mais eficaz para nossas tomadas de decisões, buscando sempre nos dar com generosidade e grande humildade. A penetração que o dom da inteligência (ou do entendimento) nos dá é diferente daquela que o teólogo adquire pelo o estudo; esta é relativamente penosa e lenta. Além do que, pode ser alcançada por quem tem alcance intelectual, mesmo que não possua grande amor. Ao contrário, o dom da inteligência é eficaz mesmo sem estudo; é dado aos pequeninos e ignorantes, desde que tenham grande amor a Deus. Jesus disse: “Eu te bendigo, Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelastes aos pequeninos”. É importante perceber que não são apenas os ricos que podem se tornar avarentos, embora sejam mais propícios a isso. Não é difícil encontrar também pobre avarento. Por isso, no mesmo Sermão da Montanha, Jesus alerta: “não ajuntar tesouros na Terra, onde a ferrugem destrói”, é porque essa riqueza e segurança são ilusórias e não podem nos satisfazer, por mais que o mundo nos diga que sim, então devemos em primeiro buscar as coisas do alto.

Propósito: Verificar o que não está mais usando e doar, abdicar um dia de comer algo que gosta e oferecer este valor comprando algo saboroso para alguém da rua.